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103 A Safra de Milho do Acre deverá ser 19,5 mil toneladas menor que a de 2023

Com um pequeno avanço tecnológico podemos avançar na melhoria desses produtos, com amplas possibilidades de uma maior competitividade no mercado.

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O IBGE divulgou no último dia 13 a previsão de maio da safra de 2024. A previsão é que a safra acreana de Cereais, leguminosas e oleaginosas (arroz, feijão, milho, soja e amendoim) deva alcançar 188,6 mil toneladas ficando 2% menor que a obtida no ano passado (192,4 mil toneladas).

O IBGE informa que a safra brasileira de cereais deve alcançar 296,8 milhões de toneladas. Este resultado é 5,9% menor, ou 18,6 milhões de toneladas abaixo da safra obtida em 2023 (315,4 milhões de toneladas)

Para esse grupo de produtos, no Acre, somente o arroz (↑1,5%) e a soja (↑34,1%) terão aumento na safra atual, conforme pode ser observado na tabela a seguir.

Acre: Variação da produção agrícola, por período da safra e produto (toneladas) – 2023 e 2024 (previsão de maio)  
ProdutoVariação (%)
Cereais, leguminosas e oleaginosas-2,0
Amendoim (1ª Safra)-1,1
Arroz1,5
Feijão (2ª Safra)-0,5
Milho (1ª Safra)-10,3
Milho (2ª Safra)-20,8
Soja34,1
Banana-1,6
Café-3,0
Cana-de-açúcar-5,1
Fumo-66,4
Laranja0,6
Mandioca-5,6
FONTE; IBGE – LSPA – Levantamento Sistemático da Produção Agrícola – maio 2024

Os demais produtos agrícolas com produção significativa no Acre (banana, café, cana-de-açúcar, fumo, laranja e mandioca) em média, sofrerão uma queda de 4,2% conforme a estimativa. As maiores quedas deverão ser no fumo (↓66,4%), e na nossa tradicional mandioca (↓ 5,6%). A Laranja é a única desse grupo de produtos que deverá ter um leve aumento de produção (↑0,6%).

Quedas nas estimativas da produção do milho e do café são as novidades

No gráfico abaixo destaca-se a produção obtida de cada produto em 2023 e a respectiva previsão de maio para a safra de 2024. A queda nas estimativas de dois produtos amplamente incentivados pelos governos estadual e municipais, o milho e o café é a grande novidade desse cenário.

A estimativa é que o café tenha uma produção de 87 toneladas a menos que no ano passado. Na contramão da estimativa da produção brasileira que, conforme o Boletim de Conjuntura da Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB, de 17 de junho, a colheita da safra 2024 segue em bom ritmo no Brasil, com o clima seco favorecendo a execução das atividades no campo. Cerca de 55,6% da colheita de café deve ocorrer nos meses de junho e julho de 2024, com a produção desse ano estimada em 58,8 milhões de sacas de 60 kg, o que representa um aumento de 6,8% na comparação com 2023.

Já o milho. Produto que o Acre é bastante competitivo, na segunda safra, pelo seu rendimento médio bem próximo ao brasileiro, a previsão é que produza 19,5 mil toneladas a menos que a safra passada. A queda dos preços internacionais do produto, indicam ser a causa principal pela redução estimada.

Conforme a CONAB, o ótimo ritmo de colheita da segunda safra do grão limitou uma recuperação mais vigorosa nos preços. Além do mais, a ótima evolução da safra Norte-Americana tem limitado a alta das cotações no mercado internacional. Com isso, dada a alta correlação entre os preços nacionais e internacionais, a expectativa é de menor rentabilidade na comercialização da segunda safra brasileira.

FONTE; IBGE – LSPA – Levantamento Sistemático da Produção Agrícola – maio 2024

Mandioca, soja e café são os produtos agrícolas mais competitivos do Acre

Comparando-se as previsões dos rendimentos médios (quilogramas por hectare), previstos para a economia brasileira e para o Acre, contidos na tabela a seguir.  Destacam-se, em linhas verdes, três produtos possuem tecnologias de produção – medidas pelos rendimentos médios – maiores ou similares àquelas verificadas para o Brasil como um todo. A mandioca, a campeoníssima que deverá obter um rendimento médio de 49,2% maior que o do Brasil. A soja 7,5% maior e o café um rendimento similar ao brasileiro.

Outros dois produtos, destacados nas linhas amarelas, apresentam rendimentos médios um pouco abaixo dos previstos para o Brasil.  O Milho 2ª safra, com rendimento médio 21,5% menor e a banana com 17,2% menor. Com um pequeno avanço tecnológico podemos avançar na melhoria desses produtos, com amplas possibilidades de uma maior competitividade no mercado.

Brasil e Acre –   Rendimento médio, por período da safra e produto (quilogramas por hectare) – Previsão de maio de 2024
ProdutoAcre – maio 2024Brasil  – maio 2024
Período da safraVariação (%)Período da safraVariação (%)
Safra 2023Safra 2024Safra 2023Safra 2024
Amendoim (1ª Safra)1 3621 348-13 7833 550-6,2
Arroz1 2031 2221,66 9396 665-3,9
Feijão (2ª Safra)566563-0,51 1911 2141,9
Milho (1ª Safra)3 0232 814-6,95 3625 013-6,5
Milho (2ª Safra)4 4734 362-2,56 1045 555-9
Soja3 8083 453-9,33 4373 213-6,5
Banana12 68512 488-1,615 09215 0890
Café2 8782 709-5,92 5562 7166,3
Cana-de-açúcar26 31126 5400,979 50578 980-0,7
Fumo8651 00015,62 1421 902-11,2
Laranja13 79113 764-0,226 96626 886-0,3
Mandioca23 16423 027-0,615 48015 428-0,3
FONTE; IBGE – LSPA – Levantamento Sistemático da Produção Agrícola – maio 2024

A variação anual da produção agrícola é muito comum. A sazonalidade é determinada basicamente pelo comportamento dos preços desses produtos. É natural portanto essa queda na produção, principalmente na produção de milho, fortemente influenciado pelos preços. Atenção especial deve ser dada as constantes quedas, a cada ano, da produção de mandioca. Produto que o Acre é possuidor do maior rendimento médio do país e um produto tipicamente da pequena produção familiar, aquela que concentra a grande maioria dos produtores acreanos.

Orlando Sabino escreve às sextas-feiras no Juruá Online

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