O líder histórico do grupo guerrilheiro peruano Sendero Luminoso, Abimael Guzmán, de 86 anos, morreu neste sábado (11) no Peru. Ele estava internado desde agosto e cumpria pena de prisão perpétua por terrorismo desde a década de 90.
A informação foi confirmada pela rádio RPP Noticias, mas não foi divulgada a causa da morte.
Em agosto, o ex-guerrilheiro foi transferido da penitenciária de segurança máxima, a prisão da Base Naval de Callao, perto de Lima, para um hospital da região por problemas de saúde.
Guzmán, um ex-professor de filosofia, lançou uma insurgência contra o governo peruano em 1980, defendendo uma revolução camponesa. Na véspera das eleições presidenciais daquele ano – a primeira votação democrática após 12 anos de regime militar no Peru – os Sendero declaram luta armada.
Sendero Luminoso
De matriz ideológica maoísta, o grupo armado Sendero Luminoso surgiu na década de 1960 no Peru. Após a prisão de Gúzman e outras operações das forças de segurança, o Sendero entrou em declínio, mas um grupo remanescente ainda opera de forma autônoma no país.
Gúzman foi capturado em 1992. Ele foi condenado à prisão perpétua como mentor intelectual de um dos conflitos mais violentos da América Latina entre o Sendero Luminoso e o governo peruano, que deixou quase 70 mil mortos entre as décadas de 1980 e 2000, segundo estimativas da Comissão de Verdade e Reconciliação (CVR).
No momento da captura, o líder histórico do grupo estava escondido em uma residência de três andaras do distrito de Surquillo, em Lima, onde uma funcionava uma academia de balé como fachada.
Também foi detida Elena Iparraguirre, outra integrante da cúpula do Sendero, com quem se casaria em 2010 na prisão. Ela tem 73 anos.
Via-G1