Alessandro Silva Magalhães foi condenado a 16 anos de prisão por matar a namorada, Cristina Raquel dos Santos, de 20 anos, em maio de 2020 em Rio Branco. A vítima foi atingida por um disparo de arma de fogo na cabeça após uma discussão do casal.
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Na denúncia consta também que os dois tinham participado de uma ”brincadeira de roleta-russa” no dia anterior ao crime. O homicídio ocorreu no bairro Jorge Lavocat, na capital, e o suspeito fugiu após o disparo. Magalhães foi preso em setembro do ano passado no bairro Conquista, mais de um ano após o crime.
O julgamento do acusado começou após às 8h, nesta quarta-feira (22), na 1ª Vara do Tribunal do Júri e a sentença foi anunciada após às 15h. Ele não pode recorrer em liberdade.
Alessandro Magalhães foi condenado por homicídio doloso, com a qualificadora de feminicídio e recurso que dificultou a defesa da vítima. O advogado do réu, Sidney Lopes Ferreira, disse que já entrou com recurso contra a sentença.
“Ele não pode recorrer em liberdade porque já tem uma condenação transitando em julgado por outro fato. A defesa já entrou com recurso”, resumiu.
A defesa do acusado chegou a pedir, durante audiência de instrução e julgamento, que fosse derrubada a qualificadora de feminicídio e que ele respondesse por homicídio culposo, alegando que ele não teve intenção de matar. Mas, a juíza Luana Campos decidiu aceitar o pedido do Ministério Público e pronunciá-lo por homicídio doloso, com a qualificadora de feminicídio, além de recurso que dificultou a defesa da vítima.
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‘Dar um susto’
Durante audiência, o acusado disse que não teve intenção de matar Cristina, que queria “dar um susto” nela e que foi “uma brincadeira de mau gosto”. Ele informou ainda em depoimento que não teve nenhum desentendimento com ela no dia do crime e que pediu a arma de uma outra pessoa.
“Não estamos aqui falando de um disparo acidental ou qualquer erro que possa ter induzido o réu à prática descrita, ao contrário, o mesmo de forma consciente se apossou de uma arma e apontou-a para a vítima, não podendo, neste momento, falar em mero acidente. Logo após o ocorrido, o mesmo evadiu-se do local dos fatos sem prestar qualquer auxílio ou sequer ligar para os serviços de emergência, atitude esta que se espera quando acidentes ocorrem”, pontuou a juíza na decisão que o levou o acusado a júri popular.
O advogado de Magalhães já chegou a afirmar que o rapaz confessou o disparo de arma de fogo, porém, que não teve a intenção de matar a namorada.
No dia 21 de julho de 2021, a Justiça aceitou a denúncia contra Magalhães e decretou a prisão dele, que foi efetuada pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Ainda em setembro, o acusado passou por uma audiência de apresentação no processo e recebeu um prazo de 10 dias para responder à acusação, por escrito, por meio de advogado.
Denúncia
Conforme denúncia do Ministério Público Estadual (MP-AC), na tarde de 9 de maio de 2020, Alessandro Magalhães passou a manusear um revólver, direcionando várias vezes contra a cabeça de sua namorada, simulando uma brincadeira, o que confirma a informação inicial da polícia sobre a brincadeira de roleta-russa. Porém, o crime não aconteceu no momento da suposta brincadeira.
“Durante a noite, o casal se dirigiu a um bar, onde tiveram um desentendimento, que era costumeiro. Depois de retornarem para casa, já na madrugada do dia 10 de maio daquele ano, a vítima estava sentada sobre a cama quando Magalhães entrou no quarto apontando um revólver para ela e dizendo: ‘Eu não disse que tu ia morrer sua vagabunda?'”, diz a denúncia do MP.
Ainda conforme o órgão, por pensar que seria mais uma brincadeira, a vítima não esboçou reação, e o acusado efetuou o disparo que levou a morte de Cristina.
Por isso, ele foi denunciado por homicídio com a qualificadora de feminicídio, além de recurso que dificultou a defesa da vítima, pois ao simular uma brincadeira de roleta-russa desde a tarde anterior, segundo o MP-AC, ele acabou ocultando sua verdadeira intenção de matar a própria namorada, fazendo com que ela deixasse de tomar qualquer precaução que pudessem evitar a própria morte.
Com informações do G1