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Gustavo Petro é eleito na Colômbia, primeiro presidente de esquerda da história do país

Após uma corrida eleitoral bastante disputada, o economista Gustavo Petro foi eleito presidente da Colômbia neste domingo (19). Petro, que participou de movimentos guerrilheiros nos anos 1980 e se consolidou como a principal liderança progressista do país nos últimos anos, será o primeiro presidente de esquerda da história do país. 

Segundo dados da contagem rápida do Cartório Nacional Eleitoral, a chapa formada por Petro e Francia Márquez conquistou 50,69% dos votos com 94,57% apurado. Hernández teve 47,05%. 

“Hoje é dia de festa para o povo. Que ele celebre a primeira vitória popular. Que tantos sofrimentos sejam amortecidos na alegria que hoje inunda o coração da Pátria. Esta vitória para Deus e para o Povo e sua história. Hoje é o dia das ruas e praças”, escreveu Petro nas rede sociais após ser eleito presidente.

Petro foi o candidato mais votado no primeiro turno, com pouco mais de 40% dos votos, mas teve que travar uma dura disputa com Hernández. O candidato direitista tentou se pintar como um outsider antissistema, embolando a disputa. 

A vitória de Gustavo Petro é o principal fruto da jornada de mobilizações que sacudiu o país nos últimos anos. Depois de quase vinte anos governada pela extrema-direita através do uribismo, a Colômbia elegeu o primeiro presidente de esquerda de sua história. Petro tem como principal desafio.

Carreira política

Seu partido teve participação ativa na criação da nova Constituição da Colômbia em 1990. Em 1991, Petro foi eleito deputado por 4 anos. Depois, após ameaças de morte, ficou 2 anos na Bélgica, como funcionário da embaixada colombiana. Em 1998 cumpriu um segundo mandato como deputado, mas por outro partido que fundou com outros ex-militantes que saíram do M-19.

Alcançou maior destaque político quando foi senador entre 2006 e 2010, o terceiro mais votado. Obteve grande popularidade por fazer denúncias de corrupção. Revelou vínculos entre políticos e facções criminosas, além de esquemas ilegais envolvendo o então presidente Álvaro Uribe.

Concorreu pela primeira vez à presidência em 2010, mas teve pouco mais de 9% dos votos.

Depois da derrota, se candidatou para prefeitura de Bogotá, eleição da qual saiu vitorioso. Petro se vangloria de ter criado a Secretaria da Mulher e por avanços sociais nas áreas de saúde, emprego e redução de pobreza durante sua gestão como prefeito.

Em 2018, novamente candidato à presidência, Petro foi criticado pela amizade com o falecido presidente venezuelano Hugo Chávez. Foi acusado pela oposição de querer transformar o país em uma Venezuela. Perdeu a eleição no segundo turno para Iván Duque.

Campanha

Petro se elegeu prometendo democratizar a economia do país.

Mulheres se abraçam em QG da frente de Gustavo Petro, na Colômbia, em 19 de junho de 2022 — Foto: Vannessa Jimenez/Reuters
Mulheres se abraçam em QG da frente de Gustavo Petro, na Colômbia, em 19 de junho de 2022 — Foto: Vannessa Jimenez/Reuters

“A mudança que propomos hoje é derrubar esse regime de corrupção, tirar o ladrão e o assassino do poder”, disse Petro em um evento político no dia 16 de maio, numa referência pesada ao status quo político colombiano.

Teve 40,4% dos votos no primeiro turno, uma vantagem boa do segundo colocado, Rodolfo Hernández, que teve 27,9% dos votos.

Com uma proposta de governo bastante voltada para ações internas na Colômbia, em seus discursos e entrevistas Petro não fala muito sobre outros países da América Latina ou como seria a relação de uma Colômbia por ele governada com o Brasil. Seus projetos para a Amazônia só citam a porção colombiana da floresta.

Via G1

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