Após o incêndio na estátua do bandeirante Manuel de Borba Gato, em Santo Amaro, zona sul da capital, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou nesta segunda-feira (26) que um empresário vai pagar pela reforma do monumento.
“Lamentável e um ato de vandalismo. Não é fazendo um ato de vandalismo que vai poder discutir questões, mesmo que seja alguma dívida do passado. É preciso respeitar a democracia, a tolerância. A estátua será restaurada. Já temos um empresário que se propôs a fazer a doação do valor”, revelou o prefeito.
Para definir o montante total para custear a obra, é preciso uma avaliação detalhada por parte do Departamento de Patrimônio Histórico, vinculado à Secretaria Municipal de Cultura, que vai emitir um laudo com os materiais necessários.
“Só não vou dizer aqui quem é o empresário para não fazer propaganda da pessoa”, lembrou Ricardo Nunes.
A Secretaria Municipal de Cultura informou, em nota, que uma equipe do Departamento de Patrimônio Histórico vistoriou e isolou o local com o auxílio da Defesa Civil para realização de perícia. A estátua também será limpa. A GCM (Guarda Civil Metropolitana) afirmou que vai aumentar o número de rondas pela praça Augusto Tortorelo de Araújo.
O caso
A estátua do bandeirante, localizada na praça Praça Augusto Tortorelo de Araújo, em Santo Amaro, foi incendiada no começo da tarde de sábado (24).
De acordo com a Polícia Militar, cerca de 20 pessoas atearam fogo em pneus colocados na base do monumento. O Revolução Periférica assumiu a autoria do incêndio. Imagens publicadas nas redes sociais mostram o momento em que uma faixa do grupo é exibida diante das chamas.
Os bombeiros foram acionados e controlaram o fogo cerca de 10 minutos após o início do incêndio. Quando a polícia chegou, os manifestantes já tinham deixado o local. Não houve feridos.
A estátua do bandeirante continua de pé, mas houve danos à estrutura. O monumento de concreto de cerca de 13 metros foi inaugurado em 1963 e já foi alvo de outros protestos. Em setembro de 2016, a obra foi pintada com tintas coloridas, assim como o Monumento às Bandeiras, no Parque do Ibirapuera.
Borba Gato fez parte de um grupo que fazia incursões no interior do Brasil e perseguia povos indígenas no período colonial. Não eram, contudo, conhecidos como bandeirantes durante a época em que atuaram. Até então, eram chamados de paulistas ou sertanistas.
Suspeito solto
Após recurso da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, a Justiça concedeu liberdade provisória para Thiago Vieira Zem, de 35 anos. Ele foi preso por suspeita de participar do incêndio da estátua. Ele deixou a carceragem do 101° DP, no Jardim das Imbuias, durante a tarde deste domingo (25).
A juíza Eva Lobo Chaib Dias Jorge entendeu não haver grave ameaça ou violência no ato cometido pelo indiciado. Ele será monitorado pela justiça durante as investigações.
O comerciante Thiago foi preso na residência em Ferraz de Vasconcelos, na região metropolitana de São Paulo. Ele é apontado como o motorista da van que conduziu as pessoas que atearam fogo na estátua. suspeito disse que foi contratado para levar os pneus.
Quando chegaram no local, outros manifestantes já os esperavam. Após descarregarem o caminhão, Thiago saiu do local.
A Polícia Civil registrou o caso como incêndio e dano qualificado. A adulteração da placa do caminhão também foi apontada como crime. Os investigadores ainda tentam localizar os contratantes dos serviços de Thiago Zem.
Via-R7