É desolador assistir à migração constante de famílias inteiras, deixando nossa capital em busca de emprego e condições melhores em outros estados. A razão é simples: aqui faltam oportunidades reais para quem deseja trabalhar, enquanto a desigualdade e o apadrinhamento político permanecem como barreiras intransponíveis.
No setor público, por exemplo, a meritocracia praticamente não existe. Sem um padrinho político, o cidadão sequer consegue uma chance. E para aqueles que conseguem romper esse ciclo, a luta continua: enfrentam perseguições e boicotes de todos os lados. A sobrevivência virou um verdadeiro campo de batalha, onde a fome e a necessidade forçam muitos a aceitar qualquer oportunidade, enquanto outros apenas tentam não ser derrubados.
Um exemplo claro disso é a situação dos motoristas de aplicativos. Em vez de receberem apoio para exercerem suas atividades, eles são perseguidos pela gestão municipal. O prefeito Tião Bocalom, que deveria cuidar e zelar pelo bem-estar da população, multiplica as blitz pela cidade, não com o objetivo de combater a criminalidade, mas de dificultar a vida de quem tenta sobreviver honestamente.
A lógica dessa gestão parece ser retirar o pouco que resta. Em vez de criar empregos e fomentar a economia local, o que se vê é um cenário de perseguição e negligência. Quem deveria proteger, ataca; quem deveria construir, destrói.
O resultado? Um modelo de gestão que serve de exemplo do que não se deve fazer. Enquanto isso, a população, exausta e desamparada, assiste a promessas de candidatura ao governo por parte de quem já demonstra despreparo e incapacidade administrativa. E então, fica a reflexão: por que Deus não dá asas a cobra?
Willamis Franca, jornalista do Juruá Online





