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Deputados denunciam crise na saúde pública do Acre: “É o pior lugar para nascer”, afirma médica na Aleac

A crise na saúde pública do Acre voltou ao centro do debate político após uma série de mortes suspeitas em unidades hospitalares do estado, especialmente na região do Juruá. O caso mais recente — a morte de uma gestante de sete meses e de seu bebê na maternidade de Cruzeiro do Sul — provocou forte reação de parlamentares durante a sessão da Assembleia Legislativa realizada na última quarta-feira (data não informada).

O deputado Edivaldo Magalhães fez duras críticas à condução da saúde no estado. Segundo ele, o sistema tem falhado gravemente, resultando em prejuízos irreparáveis para a população.

  • “Uma mãe perdeu o filho, uma criança caiu em cima de um eixo enferrujado, teve a perna infeccionada e mandaram para casa com dipirona. Uma grávida de sete meses rompe a bolsa, reclama, e nada é feito. Poucos dias depois, ela morre com o bebê. Isso não é normal, e não podemos normalizar”, disse Magalhães.
  • “Não se trata de criminalizar profissionais da saúde, mas sim de cobrar responsabilidade. O que vamos fazer diante disso? Assistimos tudo em vídeos nos grupos. Isso é real, é grave”, completou.

A médica e deputada Michele Melo apresentou dados alarmantes, afirmando que o Acre lidera o ranking nacional de mortalidade materno-infantil. De acordo com a parlamentar, a situação é crítica em maternidades como a Bárbara Heliodora, em Rio Branco.

  • “O Acre é o pior lugar para nascer. As mães e os bebês morrem dentro das maternidades. Há denúncias de fila de espera no pré-natal de alto risco e gestantes doentes sem saber sequer em que lugar estão na fila”, denunciou Michele.
  • “O governo diz que cuida das pessoas, mas na prática, há descaso. E quando denunciamos, dizem que é mera oposição. Mas isso é sobre vidas, não sobre política”, concluiu.

A deputada Antônia Sales classificou o cenário como “vergonhoso” e criticou duramente o atendimento hospitalar, sobretudo em momentos tão delicados como emergências obstétricas e pediátricas.

  • “Me senti num castelo de horrores. Crianças ficam na fila por uma vaga e médicos têm que escolher quem vai viver ou morrer. É o cúmulo! Há pacientes sendo levados de Rio Branco para fazer exames em Cruzeiro do Sul. É como se alguém internado em São Paulo precisasse ir até Brasileia para um exame”, exemplificou.
  • “Estamos em pleno século XXI e ouvimos relatos assim? Isso é inadmissível”, declarou a parlamentar.

Mesmo diante de falas contundentes e emocionadas, nenhum deputado da base do governo se pronunciou durante a sessão. A Secretaria Estadual de Saúde também não emitiu posicionamento oficial até o momento.

O espaço permanece aberto para manifestação das autoridades citadas.

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