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Criança é internada com Doença de Chagas e médica alerta sobre situação de endemia no Vale do Juruá

Redação Juruá Online

No último sábado (01) em Cruzeiro do Sul, uma menina de 10 anos de idade, moradora do Rio Liberdade, foi diagnosticada com doença de chagas após relato de ter tomado açaí.

A criança deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) sentindo febre e frio, com pele amarelada e inchaço no abdômen. O pai relata que a menina passou a sentir os sintomas cerca de um mês depois de ter ingerido açaí. Após o atendimento, a mesma foi encaminhada ao Hospital do Juruá e liberada pelo médico em plantão, que alegou não haver critério de internação.

Inconformado com o procedimento, o pai da menina procurou a Vigilância Sanitária e a coordenação da unidade encaminhou a paciente para internação, novamente no Hospital do Juruá, onde a mesma se encontra até o presente momento.

Para trazer mais esclarecimentos sobre a doença na região, a Redação Juruá Online entrou em contato com a professora e médica dra. Joseane Tonussi, autora de uma dissertação de mestrado sobre “Miocardite Chagásica por Ingestão de Açaí”, em 2018. Ela alerta sobre a situação da doença no Vale do Juruá, que já vive uma situação de endemia da enfermidade. “Toda síndrome febril deve ser investigada como doença de chagas em nossa região”, afirma preocupada com o número de casos que vêm crescendo ao longo dos anos.

Tonussi participou dos diagnósticos dos surtos da doença de chagas que ocorreu em Nova Cintra, em 2016, e em Triunfo, em 2018, na cidade de Marechal Thaumaturgo.

Vários pacientes que na época foram acometidos vieram a ter insuficiência cardíaca aguda, quadro de maior gravidade da doença, com alta mortalidade principalmente em adolescentes. “É importante ressaltar que o diagnóstico precoce impede um desfecho grave da doença pois o uso da medicação específica para eliminar o protozoário é eficaz se usado rapidamente”, afirma Tonussi.

A contaminação ocorre por via oral em contato com as fezes do vetor (Barbeiro) sobre a superfície da pele. Na fase aguda, o protozoário instiga sintomas como febre, lesões na pele, mal-estar e até falta de ar. Se a doença de chagas não for detectada nesse momento, há um grande risco de o quadro se tornar crônico.

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