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Corredora da Belarus é levada ao aeroporto após críticas a comissão técnica e se recusa a embarcar; República Tcheca oferece ajuda

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Kryscina Tsimanouskaya fez críticas aos técnicos de atletismo em uma rede social. Segundo ela, dois dirigentes da equipe foram ao seu quarto e disseram que tinham ordens superiores para levá-la ao aeroporto. Ela procurou policiais de Tóquio para dizer que se recusava a embarcar.

A corredora Kryscina Tsimanouskaya, da Belarus, foi retirada de seu quarto por membros da delegação olímpica de seu país e levada ao aeroporto de Tóquio para voltar ao seu país neste domingo (1º).

Ao chegar ao aeroporto, ela procurou policiais japoneses para dizer que não queria embarcar. “Estou segura e estamos decidindo onde passarei a noite”, declarou a atleta em um comunicado publicado no Telegram pouco depois das 12h00 (horário de Brasília) pela Fundação Bielorrussa de Solidariedade Esportiva. “O COI (Comitê Olímpico Internacional) e Tóquio-2020 falaram diretamente com Kryscina Tsymanouskaya esta noite. Está com as autoridades no aeroporto de Haneda e acompanhada por um membro da equipe de Tóquio-2020. Ela disse que se sente segura”, confirmou o COI.

Na sexta-feira (30), ela fez críticas a dois técnicos de seu país. A Belarus é comandada desde 1994 por Alexandre Lukashenko, que é considerado um ditador. O Comitê Olímpico Bielorrusso é dirigido por Viktor Lukashenko, filho do presidente. Viktor afirmou em nota que a atleta teve que suspender sua participação nos Jogos “por decisão dos médicos, devido ao seu estado emocional e psicológico”. Uma declaração classificada como “mentira” pela atleta no aeroporto da capital japonesa, informa a agência de notícias AFP.

Krystsina Tsimanouskaya logo após uma corrida de 100 metros, em 30 de julho de 2021 — Foto: Aleksandra Szmigiel//Reuters

Krystsina Tsimanouskaya logo após uma corrida de 100 metros, em 30 de julho de 2021 — Foto: Aleksandra Szmigiel//Reuters

No ano passado, houve uma eleição muito questionada no país, e Lukashenko venceu novamente. Logo em seguida, começaram protestos contra o líder e o regime. Veja um vídeo abaixo sobre uma dessas manifestações.

Tsimanouskaya, a corredora, foi levada ao aeroporto por dois membros da delegação de seu país. A atleta disse também que vai pedir asilo político. “Eu não vou voltar à Belarus”, afirmou, em um texto em um aplicativo de mensagens à agência de notícias Reuters. A corrida de 200 metros em que ela concorre está programada para a segunda-feira.

Krystsina Tsimanouskaya é escoltada por policiais no aeroporto de Tóquio, em 1º de agosto de 2021 — Foto: Issei Kato/Reuters

Krystsina Tsimanouskaya é escoltada por policiais no aeroporto de Tóquio, em 1º de agosto de 2021 — Foto: Issei Kato/Reuters

Ela afirmou que foi tirada da equipe por ter se manifestado sobre a negligência dos técnicos em uma rede social. Tsimanouskaya já tinha reclamado por ter sido incluída na equipe de revezamento só depois que outras atletas saíram por não terem sido submetidas ao teste antidoping. “O técnico queria me adicionar ao revezamento sem que eu soubesse. Eu falei sobre isso publicamente. O chefe dos técnicos veio me procurar e disse que havia uma ordem superior para me remover”, disse ela.

“Eu estou pedindo ajuda ao Comitê Olímpico Internacional. Há pressão contra mim. Eles estão tentando me tirar do país sem a minha permissão. Eu peço que o COI se envolva”, ela afirmou em um vídeo enviado a um canal de Telegram da Fundação de Esporte Solidário da Belarus, uma entidade que apoia atletas presos ou marginalizados por serem contra o regime de Lukashenko.

Por meio de postagem no Twitter, Kakub Kulhanek, ministro das Relações Exteriores da República Tcheca, disse que o país estava a postos para ajudar Kryscina. ‘Considero a situação escandalosa. A República Tcheca está pronta para ajudar. Oferecemos a ela um visto para entrar no território para que ela possa solicitar proteção internacional consoco. Nossa embaixada em Tóquio também está pronta para ajudar’, escreveu Kulhanek.

Por G1 e AFP

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