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“Bala perfurou porta e caiu do nosso lado”, diz brasileiro retirado do Haiti | CNN Brasil

Tiroteios praticamente todos os dias, falta de água e comida praticamente no fim. Este era o cenário da vida no Haiti, segundo um dos sete brasileiros retirados do país caribenho, em dois helicópteros, nesta quarta-feira (10).

“A gente se assustou em várias situações. Estávamos no trabalho e uma bala passou bem perto de nós, perfurou a porta e caiu do nosso lado. Os tiroteios eram quase diários”, contou à CNN o cearense José Leonildo Pereira, de 51 anos.

Pereira conversou com a CNN durante o trajeto de cerca de cinco horas de ônibus entre a cidade Jimaní, já do lado da fronteira da República Dominicana com Haiti, até a capital dominicana São Domingos.

O cearense estava trabalhando como voluntário com uma missão religiosa no Haiti há três meses. Ele conta que foi ao país caribenho ciente dos perigos, mas como já havia risco de viver em situações extremas, optou por deixar o país.

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    Policiais participam de operação nos arredores da Penitenciária Nacional em Porto Príncipe, Haiti

    Crédito: 14/03/202REUTERS/Ralph Tedy Erol

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    Haitianos aguardam em fila de distribuição de alimentos em Port Salut, Haiti

    Crédito: 24/08/2021REUTERS/Ricardo Arduengo

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    Líder comunitário Nertil Marcelin distribui facões aos moradores para resistir às gangues e tentar assumir o controle do distrito de Delmas, em Porto Príncipe, no Haiti.

    Crédito: Guerinault Louis/Anadolu Agency via Getty Images

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    Pessoas se protegem de tiros perto do Palácio Nacional em Porto Príncipe, Haiti

    Crédito: 21/03/2024REUTERS/Ralph Tedy Erol

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    Pessoas que fogem da violência de gangues se abrigam em arena esportiva de Porto Príncipe, no Haiti

    Crédito: 01/09/2023REUTERS/Ralph Tedy Erol

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    Haitianos carregam pertences pessoais enquanto cruzam fronteira entre a República Dominicana e o Haiti

    Crédito: 14/9/2023 REUTERS/Octavio Jones/Arquivo

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    Pessoas deixam suas casas carregando seus pertences para escapar da violência de gangues em Porto Príncipe, enquanto o Haiti continua em estado de emergência

    Crédito: 06/03/2024REUTERS/Ralph Tedy Erol

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    Soldados haitianos montam guarda no aeroporto internacional de Porto Príncipe depois que membros de gangues armadas trocaram tiros com policiais e soldados ao redor local, em 6 de março de 2024

    Crédito: Guerinault Louis/Anadolu via Getty Images

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    Homem chuta pneus em chamas durante protesto enquanto governo preparava prorrogação do estado de emergência após escalada de violência de gangues que buscam destituir o primeiro-ministro Ariel Henry, em Porto Príncipe, Haiti

    Crédito: 07/03/2024REUTERS/Ralph Tedy Erol

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    Haitianos que deixaram suas casas recebem ajuda em escola de Porto Príncipe

    Crédito: 4/3/2024 REUTERS/Ralph Tedy Erol

A água, que chegava em caminhões-pipa começou a faltar, e a comida já estava a ponto de acabar. Hospitais da cidade foram saqueados, após gangues tomarem conta da capital.

Os grupos armados incendiaram veículos e moradias, e controlam as ruas. Após ataques, o Aeroporto Internacional Toussaint Louverture e o porto foram fechados. As estradas que levam a capital Porto Príncipe também estão bloqueadas.

O país, que já era o mais pobre das Américas, agora deixou de ser abastecido e, sem nenhuma rota aberta de entrada e saída, deposita esperanças na chegada de ajuda humanitária por helicóptero.

“A situação está bem triste”, relatou Pereira sobre o agravamento da situação. As gangues pressionaram pela renúncia do premiê Ariel Henry, que acabou deixando o poder a meados de março, mas a violência continua.

A Comunidade do Caribe (Caricom) anunciou um acordo para a criação de um conselho de transição com representantes de diferentes movimentos políticos, mas o país segue sem liderança.

Na semana da renúncia, quase 17 mil pessoas saíram de Porto Príncipe, para se refugiarem em outras províncias, segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM).

No grupo de estrangeiros retirados nesta quarta (10), há sete brasileiros e uma alemã, que viajou com os custos cobertos pelo governo do país europeus. Eles foram levados de Porto Príncipe, no Haiti, para a República Dominicana e, agora, voltarão para o Brasil por meios próprios.

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